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Os últimos dias

Os últimos dias no campo foram terríveis e desgastantes, visto que já todos os que restavam estavam doentes, exaustos e no limite das suas forças.       

Depois de todos os prisioneiros sãos ou que, pelo menos, conseguiam andar terem sido evacuados do campo com os SS, (cerca de 2000), os prisioneiros que se encontravam na enfermaria, doentes, (cerca de 800), incluindo Primo Levi que estava com escarlatina, tiveram de conseguir sobreviver como podiam e com os meios possíveis.

Neste dias, o exército russo foi-se aproximando mas os prisioneiros mais antigos no campo, como Primo Levi, já não tinham capacidade para ficar emocionados de uma forma direta; Primo Levi escreve que "Já há muitos meses que deixara de conhecer a dor, a alegria, o medo, a não ser naquela forma desligada e longínqua que é característica do Lager (...).

Os que ficaram confrontaram-se com 3 tipos de problemas principais: 1) os bombardeamentos pelos Aliados, 2) a falta de água, de eletricidade, de comida, os vidros partidos que deixavam entrar o frio (cerca de 20 graus negativos), e as próprias doenças.

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Primo Levi tinha conseguido obter, com a ajuda de outro prisioneiro, um aquecedor que ainda funcionava, e todos os dias tentavam encontrar alimentos, tal como batatas (que eram aquecidas no aquecedor que tinham), couves e nabos que tinham escapado à procura de alimentos feita pelos habitantes do campo, agora sem alemães.

Uma das descrições do campo nesses últimos dias diz-nos "O campo estava silencioso, Outros espectros esfomeados vagueavam, como nós em exploração: barbas compridas, olhos encovados, membros esqueléticos e amarelados entre os farrapos (...)."

E se nesses últimos dias, vemos sinais de humanidade no quarto dos 11 prisioneiros com doenças infecto-contagiosas, também vemos sinais de luta contra todos os outros doentes que tentam beneficiar das "comodidades" desse quarto, que Charles consegue manter do lado de fora. As saídas dos qaurto para encontrar comida, são perigosas, pois várias vezes, alguns SS passam pelo campo e matam quem se cruza com eles.

A 24 de janeiro, havia uma abertura no arame farpado, havia Liberdade; mas era difícil de acreditar e não houve festejos. À sua volta tudo era destruição e morte.

No dia 27 de janeiro de 1945, os russos chegaram ao campo, quando Primo Levi e Charles levavam o cadáver de um dos doentes do seu quarto para um lugar um pouco afastado. 

Primo Levi tinha sobrevivido. Mas estava fraco e a muitos quilómetros de casa.

No livro "A Trégua"  conta a longa e "absurda" viagem de volta para casa depois da libertação de Auschwitz e do fim da guerra. 

Bibliografia:

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