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Pessoas

Resnyk

Resnyk tinha uma estatura alta.

​

“Não era um mau companheiro”.

 

Falava pouco e com um tom amável, era limpo, não ressonava, só se levantava duas ou três vezes por noite e sempre com muito cuidado. De manha ofereceu-se para fazer a cama (“é esta uma operação complicada e cansativa e, além disso, comporta uma grande responsabilidade, pois os que fazem mal a cama, os “ schlechte Bettenbauer ”, são zelosamente punidos) e fê-la rapidamente e bem.

 

Durante a marcha para o trabalho Primo Levi e Resnyk trocaram algumas palavras, e Levi ficou a saber que Resnyk era polaco, tinha vivido durante 20 anos em Paris, mas falava um francês incrível.

 

Tinha 30 anos.

 

A sua história de vida era dolorosa, cruel e comovente.

 

Parecia um bom trabalhador.

 

Primo Levi ficou com uma boa impressão deste homem, considerava-o um homem prestável, pois um dia quando trabalhavam juntos, Resnyk levantou as cargas mais pesadas sozinho.

Lorenzo

Lorenzo era um operário civil italiano e era uma das pessoas que era, ainda, "humano", dentro do campo, como Primo Levi referiu no livro, "era bom e simples".
Lorenzo, durante 6 meses levou pão e restos da sua comida (rancho), todos os dias.
Ofereceu ainda a Primo Levi uma camisola, cheia de remendos.
Escreveu e enviou um postal para a Itália e entregou a resposta a esse postal ao mesmo.
Quando Primo Levi e Alberto foram trabalhar para o Laboratório, Lorenzo trazia-lhes todas as noites alguns litros de sopa dos trabalhadores civis italianos, o que os ajudou a sobreviver ao campo, com menos fome.
Lorenzo, fez tudo isto e, como referido por Primo Levi no livro, "não pediu nem aceitou alguma compensação", era sinal que no meio de toda a desumanização do campo, ainda havia alguma compaixão por parte de algumas (poucas) pessoas.

 

Alberto

  • Alberto era amigo de Primo Levi. Tinha 22 anos, menos dois de Primo Levi;

  • Ele entrou no Lager de cabeça erguida e, desde do primeiro dia foi à luta;

  • Primo Levi considerava Alberto como uma pessoa inteligente, racionalista e que percebia tudo à primeira. Era uma figura de Homem forte e bondoso;

  • Ele lutava pela sua vida, mas mesmo assim era amigo de todos e ajudava-os em tudo o que podia.

Henri

Henri, tem apenas 22 anos, sabe falar francês, alemão, inglês e russo, tem também uma ótima cultura científica e clássica. Fisicamente, tem um corpo e rosto delicados, seus olhos são pretos e profundos, não possui barba, e movimenta-se com lânguida e natural elegância.

Seu irmão morreu na Buna durante o Inverno e, desde então, Henri cortou qualquer relação afetiva, fechando-se.

Neste livro,  Primo Levi caracteriza-o como o melhor estratego. Henri possuía uma teoria para escapar à aniquilação, em que havia três métodos que o homem podia aplicar que são: a organização, a piedade e o roubo mas, raramente, ele recorria ao roubo. Primeiramente, Henri, avaliava o sujeito, falava com ele brevemente com uma linguagem apropriada e conquistava-o.

No Lager, e até na Buna, ele possuía inúmeros pretores como por exemplo saldados ingleses, operários civis franceses, ucranianos, polacos, “políticos” ingleses, pelo menos quatro Blockaltes, um cozinheiro e um SS.

O Primo Levi afirma no final que sabe que ele ainda permanece vivo, e que gostava muito de o conhecer enquanto homem livre, mas não tem vontade de o ver de novo.

Schepsel

Schepsel vivia no Lager durante 4 anos e viu morrer a sua volta dezenas de milhares de outros como ele a partir do programa que o expulsou da sua aldeia na galécia. Tinha uma mulher e 5 filhos.

De vez em quando rouba uma vassoura na buna e vende-a ao Blockältester, no fim de juntar um pouco de capital-pão, aluga as ferramentas ao sapateiro do block, que é seu patrício, e trabalha durante algumas horas por sua conta.

Foi visto por Sigi a dançar e a cantar a frente da barraca dos operários eslovacos, que as vezes lhe dão restos de sopa.

Podemos induzir que Schepsel com simpatia indulgente, como um desgraçado, cuja alma não guarda outra coisa a não ser a humilde e elementar a vontade de viver, e que trava valorosamente a sua pequena luta para não sucumbir. Mas quando a oportunidade apareceu, condenou Moischl, que tinha sido seu cúmplice num roubo na cozinha, com a esperança, infundada de adquirir algum mérito diante do Block, e de se candidatar ao lugar de lavador das marmitas

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