Regras
Inúmeras são as proibições do campo: aproximar-se a menos de dois metros do arame farpado; dormir com o casaco, ou sem as cuecas, ou com o boné, servir-se de lavatórios ou latrinas particulares, que são « Nur für kapos» ou « Nurfür Reichsdeutshe»; não ir tomar duche nos dias fixados e ir nos dias não afixados, sair da barraca com o casaco desabotoado, ou com a gola levantada; trazer debaixo das fardas papel ou palha contra o frio; lavar-se de outra forma a não ser em tronco nu.
Infinitos e sem sentido são os rituais a cumprir:
Todos os dias de manhã é obrigatório fazer a “cama”, perfeitamente plana e alisada; engraxar as socas enlameadas e repelentes com lubrificante de máquina, raspar das fardas as nódoas de lama (enquanto as nódoas de tinta, gordura e ferrugem eram toleradas); à noite, é obrigatório submeter-se ao controlo dos piolhos e da lavagem dos pés, ao sábado, fazer a barba e cortar os cabelos, remendar ou fazer remendar os farrapos; ao domingo, submeter-se ao controlo geral da sarna e ao controlo dos botões do casaco (que devem ser cinco).
Na enfermaria é preciso estar-se nu pois se alguém estiver vestido, perde a vez e volta para o fim da fila.
Só se é recebida comida se a tatuagem do número for mostrada.
Era explicitamente proibida qualquer troca (ou melhor, qualquer forma de propriedade).
O roubo na Buna é punido pela direcção civil.
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